Em 2017, Kenneth Branagh assumiu a direção – e protagonizou – o competente e divertido “Assassinato no Expresso do Oriente”, baseado na obra mais conhecida da escritora inglesa Agatha Christie, e trouxe de volta a curiosidade por filmes do gênero “quem matou?” – que acabou impulsionando o excelente “Entre Facas e Segredos” (2019).
Depois de adaptar “Morte no Nilo” (2022), também baseado em uma obra de Christie, mas, desta vez, com muita pompa e pouca imaginação, Branagh assumiu novamente o posto de diretor e de Hercule Poirot em “A Noite das Bruxas”, terceiro longa do detetive sob as mãos do diretor norte-irlandês, que chega nos cinemas nesta quinta-feira, 14.
Baseado em um livro menos famoso da escritora Agatha Christie, “A Noite das Bruxas” mostra um Hercule Poirot aposentado, só vivendo a boa vida na bela Veneza. Até que uma antiga amiga, a escritora Ariadne Oliver (Tina Fey), aparece propondo que ele a acompanhe até uma sessão espírita para desmascarar a médium vivida por Michelle Yeoh. Quando, na sessão, ela é “possuída” pela filha morta de Rowena Drake (Kelly Reilly), que fica chamando todos de assassino, Poirot terá que enfrentar fantasmas – e os vivos – para descobrir a verdade.
Com um tema interessante e um tom claustrofóbico, “A Noite das Bruxas” é a melhor adaptação feita por Kenneth Branagh, aqui, ainda mais à vontade na direção e como Poirot. Como tão conta com um elenco tão recheado de astros populares como os dois últimos filmes, fica mais interessante descobrir quem cometeu o homicídio – apesar de que, para alguém já iniciado em filmes assim, não é tão difícil desconfiar, ainda que o motivo seja outro ponto de interesse.
É um trunfo ainda que, em época de filmes com 2h, 2h20, 2h30, o longa seja resolvido em 1h40, indo direto ao ponto, sem muita enrolação no roteiro, escrito por
Michael Green (“Logan”).