O Brasil ainda tem muitas belezas encantadoras. Apesar das muitas dificuldades de acesso – por conta da péssima malha aérea que temos -, tem lugares que valem muito a pena. Um desses lugares é o fabuloso Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, no Maranhão, um lençol freático cheio de dunas – de 1 a 50 metros de altura – que formam lagoas encantando a visão.
As lagoas são verdadeiras joias de água doce, em tons de azul e verde que parecem ter saído de um sonho. É como se fossem pintadas a mão, uma paleta de cores que enche os olhos. É impossível resistir a um mergulho nessas águas cristalinas, refrescantes e revigorantes. A beleza é tão estonteante que apareceu no blockbuster “Vingadores: Guerra Infinita” como se fosse um outro planeta.
Além disso tem os animais que vivem lá. É possível encontrar o pássaro guará, com sua plumagem vermelha vibrante, além de peixes que se aproximam dos banhistas e tartarugas, que são mais tímidas e ficam escondidas. O parque, que possui 155 mil hectares (do tamanho da cidade de São Paulo), tem três principais cidades de onde partem os passeios: Barreirinhas, Santo Amaro e Atins.
Barreirinhas, a porta de entrada
A cidade de Barreirinhas é considerada a entrada do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses. Fica distante 4h de viagem de carro partindo de São Luis, capital do Maranhão.
Também mais desenvolvida entre as três cidades, muitas pessoas optam por ficarem lá e partirem para os passeios de bate e volta em Santo Amaro e Atins. Preferimos nos hospedar lá apenas para os passeios de lá mesmo, que são para conhecer as lagoas Azul e Bonita.
A chegada até a lagoa Bonita é cercada de verde. Apenas uma trilha da jardineira 4×4 – único veículo capaz de andar por lá – nos leva para o local, cercado de mata fechada.
Ao nos aproximarmos das dunas, vemos uma escada com 155 degraus e um caminho de areia do lado – que serve para descermos. A subida não chega a ser tão cansativa porque tem platôs que servem para parada de descanso para quem não tiver muito fôlego, mas não é nada tão desafiante.
Quando a gente termina de subir a escada, a vê que 1h pulando dentro da jardineira e a subida de escadas valeram a pena. A visão das dunas é indescritível. A areia a perder de vista nos convida para mergulhar nas lagoas. Mesmo com muita gente, é possível tirar fotos como se estivéssemos sozinhos. São muitas lagoas e bem parecidas, mas não por isso menos impactantes. De qualquer uma tem uma vista sensacional e o mergulho também é refrescante.
Já para a lagoa Azul, a jardineira para quase perto, bastando algumas andadas para contemplar a paisagem. Importante ressaltar que a bebida alcoólica é proibida dentro do parque. Ambos os passeios têm a duração de um turno e normalmente são realizados no mesmo dia.
Para comer, há restaurantes que levam e buscam nos hotéis e pousadas. Uma boa pedida é o Mangue, com várias opções de pratos deliciosos. O Bambaê é bom para passar a tarde, na beira do rio e com ótimos pratos e tipos de drinks. Além disso, conta com redes para deitar e descansar.
Santo Amaro, pequena, mas aconchegante
Enquanto Barreirinhas é a porta de entrada, Santo Amaro é quem abriga parte significativa do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, uma área de proteção ambiental que preserva esse ecossistema único e é chamada de “pequenos Lençóis”. E, para nós, foi a cidade mais encantadora, apesar de ser bem menos que Barreirinhas e ficar a 248km de São Luis.
Em Santo Amaro, é possível fazer o passeio na Lagoa das Emendadas, uma das mais visitadas pelos turistas, graças à sua beleza e localização. Ela se destaca pelas suas águas calmas e transparentes, perfeitas para nadar e relaxar em meio à natureza.
O passeio é feito à tarde ou pela manhã. À tarde, é possível contemplar o pôr-do-sol. Um dos mais bonitos que já vimos. As areias brancas ganham um tom alaranjado e o sol vira uma bola amarela. Depois que ele se põe e o céu é que fica em degradê de amarelo até azul, é a vez da lua e das estrelas brilharem. A volta é em um breu total, só com a luz das milhares de estrelas que estão no céu.
Também é feito o passeio no Circuito Bethânia, que dura o dia inteiro. O interessante desse passeio é que, como começa de manhã, assim que entramos no parque, vemos pessoas saindo andando, já que há um passeio de três dias atravessando o parque. Esses trilheiros guerreiros aparecem muito pela manhã, com suas grandes mochilas.
Vamos para dunas e lagoas, depois pegamos um pequeno trajeto de barco para almoçar na comunidade. Ao final do dia, outro pôr-do-sol fantástico para ficar guardado na memória.
O mais bacana aqui é que os passeios até as lagoas são feitas já na área das dunas, então a cada minuto é uma visão sensacional que temos do espaço, sem contar da emoção de descer dunas gigantescas em um 4×4.
A questão gastronômica, em Santo Amaro, é mais complicada. São muito poucos restaurantes, basicamente duas hamburguerias e um bistrô de carnes. Ficamos hospedados no Vila Capininga Ecopousada, um lugar bem bonito e confortável, mas que só tem acesso com um veículo 4×4. Eles contam com motoristas para buscar a levar os hóspedes de forma gratuita – quando chegam para fazer o checkin e saem após o checkout – ou por R$ 5 por pessoa para fazer cada trajeto se for sair para jantar, conhecer a cidade etc. Para os passeios, os carros vão buscar as pessoas.
Melhor época para ir
A região é atingida por chuva praticamente de janeiro a junho. Com isso, o ideal é ir do meio para o final de junho, julho, agosto e setembro, quando há sol e as lagoas estão cheias. A partir de outubro a seca das lagoas já é mais visível.
Como fazer os passeios
Fechamos os passeios e os transfers entre as cidades com a Lotus Turismo (João Victor: Tel/whatsapp – 98 9136-6941)), que nos auxiliou na criação do roteiro e sempre esteve disponível para tirar dúvidas.
Importante destacar que só quem tem acesso com veículos ao Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses é quem tem autorização. Portanto, se o visitante pensar em alugar um 4×4 para acessar o local, não vai conseguir.
É importante usas bastante protetor solar ou aquelas camisas que protegem dos raios UVA e UVB.