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Música

Cláudio Cruz vai assumir regência e direção da OSBA

O Instituto de Desenvolvimento Social pela Música (IDSM) tem a única proposta classificada para gerir a Orquestra Sinfônica da Bahia, OSBA, segundo o edital de seleção 001/2023 da Secretaria de Cultura. O resultado da etapa classificatória foi publicado no Diário Oficial do Estado nesta quarta (12) e agora o processo passa para uma segunda fase de habilitação. A Associação dos Amigos do Teatro Castro Alves (ATCA), que participava da licitação, foi desclassificada por incapacidade técnica. Confirmada a gestão do IDSM, o maestro e violinista Cláudio Cruz vai comandar a direção e a regência da OSBA.

Cláudio Cruz espera poder realizar um trabalho musical amplo, contemplando diversos repertórios e estilos musicais, além de desenvolver parcerias e projetos pedagógicos, ampliando o raio de ação cultural da orquestra. O maestro acredita que a riqueza cultural da Bahia poderá ser um grande veículo para a gestão artística. Ele foi um dos idealizadores do SIDE, o Setor de Integração, Diversidade e Educação na Orquestra Sinfônica da Bahia, importante iniciativa que poderá integrar ainda mais a OSBA à sociedade, fomentando intercâmbios e troca de conhecimentos.

Cruz espera apresentar uma programação rica, com a inclusão de concursos para jovens solistas e compositores, comissionamento de novas obras de estilos variados, além de séries de música de câmara e concertos em outras cidades e estados. Posteriormente, o maestro também espera programar óperas, balés e concertos com grande coro e, futuramente, pensa em criar coros comunitários.

A marca pessoal de Cruz é o foco na excelência musical. Ele acredita que a inclusão de repertórios com grandes compositores, como Mahler, Richard Strauss e Stravinsky, além de compositores contemporâneos, poderá ampliar o nível artístico da orquestra, por exigir um maior número de ensaios e a intensificação do estudo pessoal.

Cruz também vê com bons olhos a criação do Conselho Curador, por acreditar que esse instrumento permite caminhos mais inclusivos e abrangentes, como já acontece atualmente em grandes orquestras do mundo. Ele defende que é importante pensar a OSBA das próximas décadas, para além das demandas do dia a dia. O Conselho Curador poderá ser uma ferramenta importante nesta discussão.

O maestro espera dedicar um bom tempo da sua vida a este projeto, contribuindo com todos os músicos, administradores e a comunidade, para que tenhamos uma orquestra conectada com a Bahia e alinhada com as políticas públicas do Estado.

Trajetória

Cláudio é filho de João Pereira Cruz, fabricante baiano de violinos nascido em Andaraí, na Chapada Diamantina. Iniciou seus estudos musicais ainda na infância, com seu pai, e posteriormente estudou com grandes nomes como Erich Lehninger, Maria Vischnia, Olivier Toni, Chaim Taub, Josef Gingold, Kenneth Goldsmith, entre outros. Graduou-se em filosofia pela UNIFRAN (Universidade de Franca) e atualmente cursa o Doutorado em Música na UNESP (Universidade Paulista Júlio de Mesquita Filho).

Cruz começou a se apresentar como solista com apenas 13 anos e aos 15 tornou-se um dos spallas (primeiro-violino) da Orquestra Jovem da FUNARJ (Fundação de Artes do Estado do Rio de Janeiro). Aos 18, ingressou na OSESP (Orquestra do Estado de São Paulo), a convite do Maestro Eleazar de Carvalho. Com apenas 22 anos, tornou-se spalla da orquestra, cargo que ocupou até 2014. Ao longo da sua carreira, recebeu importantes prêmios, como o Grammy Awards, Prêmio Carlos Gomes, Prêmio Bravo e o Prêmio APCA, da Associação Paulista de Críticos de Artes.

Seu primeiro cargo como Regente e Diretor Musical foi em 2001, na Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto. Com a orquestra, gravou diversos álbuns e realizou montagens de óperas e balés. Com o apoio da diretoria e de importantes patrocinadores, também criou diversos projetos educacionais, numa verdadeira reestruturação da orquestra nos oito anos em que esteve à frente do grupo como gestor. Cruz também foi Regente e Diretor Musical da Orquestra Sinfônica de Campinas, Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e da Orquestra de Câmara Villa-Lobos.

Desde 2012, Cruz é regente e diretor musical da Orquestra Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo, com a qual participou de importantes festivais, como o Festival MDR Musiksommer, na Alemanha, o Festival Young Euro Classic, também na Alemanha, o Festival Berlioz, na França, e o Grachtenfestival, na Holanda. Em 2015, a orquestra realizou grandes concertos no Lincoln Center, em Nova York, e no Kennedy Center, em Washington, nos Estados Unidos.

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