Quando foi lançado em 2018, “Homem-Aranha no Aranhaverso” surpreendeu. Com uma ótima história, focada no personagem Miles Morales, e uma animação empolgante, o longa conseguiu milhões na bilheteria e o apoio da crítica. Agora, a sequência eleva a animação a outro patamar, mas tem um defeito que considero gravíssimo e irei abordá-lo mais adiante.
“Homem-Aranha através do Aranhaverso” começa com a história da Mulher-Aranha Gwen Stacy, que sente saudade do Homem-Aranha de Miles Morales, que faz parte de outra dimensão. Após um desentendimento com o pai, ela entra para uma sociedade de homens-aranhas que protegem o universos, para evitar que eles se misturem e causem o caos. Quando o vilão Mancha aparece na Terra de Miles Morales, é a chance de Gwen o reencontrá-lo, causando uma confusão de homens-aranhas.
A animação, dirigida por Joaquim Dos Santos, Kemp Powers e Justin K. Thompson tem uma técnica excelente, superando o primeiro longa. Cada Homem-Aranha tem sua peculiaridade gráficam, deixando tudo caótico – e interessantíssimo. A técnica desse longa não se parece com nada visto até hoje em animações.
Já o roteiro fala muito sobre o amadurecimento. A relação dos personagens com seus pais, e entre eles, é tocante, dando tridimensionalidade, sem ser aqueles personagens rasos.
“Homem-Aranha através do Aranhaverso” é basicamente um Guerra Civil – evento famoso da Marvel – só com Homens-Aranhas. Em determinado momento, dois grupos se desentendem e se enfrentam – e as cenas de ação são espetaculares.
E aí vem o defeito da animação. Depois de mais de duas horas de projeção, quando a coisa na tela começa a esquentar, ele acaba, para desânimo de quem estava no cinema assistindo a sessão. O filme, na verdade, é dividido em duas partes, não tem um clímax. Isso não fica claro nem no título, que poderia ter “Parte 1” em seu cartaz e publicidade.
Então, é difícil analisar um filme que não acaba. Até agora, é muito promissor, mas é preciso assistir uma segunda parte para fazer uma avaliação real do que é esse mundo do Homem-Aranha no Aranhaverso.