Tornou-se comum nos exames de rotina o diagnóstico de Esteatose Hepática. Popularmente conhecida como “gordura no fígado”, o quadro tem sido minimizado até por profissionais de saúde quando aparece em grau leve. Especialistas, entretanto, alertam para os riscos de banalizar esse sinal de alerta.
“O fígado é o maior órgão sólido do nosso corpo, responsável pelo processamento dos nutrientes vindos da absorção intestinal, assim como pela produção da bile e eliminação de substâncias tóxicas. Essa gordura no fígado pode se cronificar e levar até ao transplante hepático”, alerta a médica Adriane Barreto, que é certificada em Medicina do Estilo de Vida e integra a equipe da NeuroIntegrada.
De acordo com a especialista, a doença hepática gordurosa não alcoólica é a causa mais comum de doença hepática crônica, afetando 25% da população global e apenas 5% dessas pessoas sabem ser portadoras de um problema hepático causado pelo excesso de gordura.
A forma mais comum de diagnóstico hoje é por meio da ultrassonografia, contudo não é a forma mais precisa de avaliar o grau de comprometimento do fígado. “A ressonância magnética e a biópsia hepática são exames mais precisos, porém menos utilizados”, acrescenta a médica que é e presidente do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida, seção Bahia.
Essa “gordurinha” no fígado é o estágio inicial da lesão. Depois pode se apresentar como esteato-hepatite (a inflamação) e, em seguida, como fibrose (troca do tecido hepático por tecido cicatricial) e, por fim, como cirrose (condição em que o fígado perde sua função).
A gordura no fígado aumenta o risco de evolução para uma apresentação mais grave, a exemplo de hepatite, que pode levar à cirrose e ao transplante hepático. “Estudos apontam que nos próximos anos, a esteato-hepatite não alcoólica (NASH) será a maior causa de transplante hepático. Hoje, já é umas das maiores causas de câncer de fígado”, destaca.
Várias condições crônicas relacionadas a um desequilíbrio no Estilo de Vida podem contribuir para o acúmulo de gordura no fígado. O risco é duas a três vezes maior em pessoas com obesidade e diabetes. Outros fatores de risco são: resistência à insulina, hipertensão arterial e distúrbios relacionados ao colesterol.
“Pensando dessa forma, é importante valorizar esse achado “inocente” nos exames de rotina e buscar um ajuste para aquilo que foi causa desse acúmulo de gordura”, orienta a médica, acrescentando que, com uma perda de apenas 5% do peso corporal, já existem evidências de redução da gordura localizada no fígado. “Quanto mais intensa a perda de peso, maiores as chances de reversão do quadro”, reitera.
Para um bom resultado a curto prazo, Dra. Adriane recomenda um Detox Integrativo, sem perder de vista o médio e o longo prazo, com acompanhamento para gestão de saúde que promove mudanças de hábitos que geram resultados permanentes.
Ajustar a rotina promovendo mudanças alimentares, intensificando a prática de atividades físicas e outros pilares do Estilo de Vida – como qualidade do sono e redução do estresse – são também atitudes fundamentais para quem deseja cuidar mais da saúde. “É importante promover mudanças eficientes, duradouras e confortáveis para que sejam construídas junto com o profissional da saúde no caminho da formação de um novo perfil metabólico”, convida a especialista.