Um edifício de 1946 prestes a ser tombado, em uma esquina de Copacabana, sempre atraiu olhares atentos da vizinhança. Mas em 2021 chamou a atenção de um transeunte especial, o arquiteto baiano David Bastos, que se encantou com uma unidade de 250 m2. “Embora não seja de frente para o mar, temos cômodos voltados para a rua, um pé-direito alto e coube no orçamento”, celebra.
Na maioria das vezes, os projetos do arquiteto costumam seguir a linguagem contemporânea – linhas retas, limpeza visual e tons neutros estão sempre lá. Neste caso, o prédio de 77 anos o inspirou a manter a atmosfera art déco fervilhante dos anos 1940, essência que emergiu respeitosamente.
O piso de tacos permaneceu, entre o que foi possível recuperar. Em vez de derrubar paredes, como costuma-se fazer atualmente, a divisão original foi conservada, com espaços que se conectam por portais. O invejável pé-direito de 3 m foi rebaixado apenas na área da circulação para os quartos, a fim de embutir a automação e o ar-condicionado.
“Eu mesmo cuidei de tudo. A planta ficou aberta no meu computador durante os nove meses de obra. Nela, marquei onde entraria cada uma das obras de arte. Nada ultrapassou o que eu já tinha imaginado. E me lembrei muito dos apartamentos de Paris”, conta David.
O profissional vive entre Rio, São Paulo e Salvador. Em terra carioca, ele recebe amigos e atende clientes no home office em tom de lavanda, logo na entrada. “O escritório nunca parou de crescer. Temos projetos no Rio, assim como em Belo Horizonte, Recife, Salvador, João Pessoa, São Paulo, Aracaju, Brasília, Portugal, Genebra e nas Ilhas Cayman. Acho difícil limitar as solicitações. Se eu sou chamado, quero fazer o melhor”, conclui.
