O glitter de papelaria que conhecemos hoje surgiu nos Estados Unidos na década de 1930 e se espalhou pelo mundo. No Brasil, o brilho se tornou um marco do Carnaval. Faltam poucos dias para começar a festa em que o glitter se torna um acessório muito desejado para completar o look nos bloquinhos. Mas será que a purpurina faz mal para a pele?
Segundo Karine Cade, dermatologista da Clínica Otávio Macedo & Associados, é preciso ficar atento ao tipo de glitter para aplicar na pele. “O glitter vendido em papelarias é um triturado de microplásticos combinado com óxido de ferro para dar coloração. Além de não ser indicado para uso tópico na pele, é prejudicial para o meio ambiente”, diz.
A dermatologista indica o uso de cosméticos que contém glitter em sua composição, já que são produtos que chegam ao mercado depois do processo de aprovação na Anvisa e suas fórmulas são adequadas para a pele.
Outra opção que não afeta a pele disponível no mercado é o glitter ecológico. A versão mais natural é produzida a partir de materiais como farinha de arroz, corantes vegetais e minerais, algas e gelatina incolor. “Entre o glitter comum, que é plástico, e o ecológico, o segundo é muito melhor para a pele e ainda é biodegradável”, diz Karine.
Skincare em dia, mesmo na folia
Mesmo nessa época em que o cansaço da festa pode vencer a vontade de cuidar da pele, é importante retirar o glitter da pele usando algodão umedecido em água micelar.
“Após a remoção do glitter, é preciso lavar o rosto com gel ou sabonete de limpeza para ajudar a limpar e desobstruir os poros, tanto do resquício da maquiagem quanto da poluição”, diz Karine.
Em casos em que a pessoa cola purpurina ou brilhos maiores no corpo, é importante usar cola específica para a pele. Para remover esses brilhos, Karine indica demaquilantes bifásicos.
“O uso de óleo corporal também é uma opção interessante, porque diminui a aderência do glitter no corpo, facilitando a limpeza e evitando alergias e irritações”, afirma a médica.
A médica ainda alerta que pessoas com a pele acneica devem evitar usar esse tipo de brilho. “Quem tem problemas com acne, já produz mais sebo e o uso de maquiagem ou glitter também obstrui os poros, o que pode acarretar na piora da condição”.
No olho, pode?
Embora muitas pessoas apliquem os brilhos em regiões sensíveis, a dermatologista ressalta que há riscos. Áreas como os olhos, incluindo as pálpebras em que a pele é mais fina e delicada, devem ser evitadas.
“Também não é recomendado usar próximo ao nariz, já que existe um risco de aspiração do glitter. Isso pode causar irritação no aparelho digestivo e sintomas como enjoo, vômito e dor abdominal. É importante, também, não usar em áreas lesionadas da pele, já que isso pode agravar o quadro”, diz Karine.
Além disso, é importante lembrar que produtos e acessórios não devem ser compartilhados. Eles podem estar contaminados com microorganismos que podem causar infecção, além do risco de contágio com herpes labial ou conjuntivite. A qualquer sinal de incômodo com o produto, é importante remover na hora com água corrente e sem esfregar para não causar lesões.
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