Colorindo os céus e marcando datas importantes, os fogos de artifício são usados, há muito tempo, para celebrar datas como o Réveillon. Porém, apesar da inegável beleza, estes artefatos geram efeitos negativos nos animais, já que os bichos podem ser muito mais sensíveis ao barulho e ao clarão provocado pelos rojões do que os seres humanos.
O sistema auditivo dos cães e gatos, por exemplo, apesar de anatomicamente parecido com o humano, tem a capacidade de escutar até sons ultrassônicos, que os seres humanos não são capazes de escutar, explica a veterinária Leane Souza, professora da UNIFACS, que integra o Ecossistema Ânima Educação. Justamente por isso, a especialista esclarece que é importante estar atento aos sinais de que o animal está desconfortável.
“Já tive paciente que foi deixado sozinho e, do tanto que arranhou a porta na tentativa de fugir, perdeu todas as unhas das patas dianteiras e sangrou bastante. Outro pulou pela janela da área de serviço e fraturou a coluna, tornando-se paraplégico. Outro fugiu e só foi encontrado após duas semanas com fêmur fraturado”, cita a especialista.
São sinais de ansiedade e desespero nos animais: tremores; salivação; vocalização, como chorar, uivar ou latir; aumento da frequência cardíaca; dilatação da pupila; agitação; tentativa de fugir ou se esconder; cavar e arranhar paredes, chão, portas ou moveis; destruir portas e janelas na tentativa de fugir, o que pode ocasionar acidentes graves como queda ou atropelamento e até mesmo óbito nos casos extremos.
Como evitar acidentes Já que não é possível impedir os vizinhos de usar os fogos de artifício, existem algumas medidas que podem ser tomadas pelos tutores para minimizar o sofrimento dos pets. Ao contrário do que a maioria das pessoas imagina, deve-se evitar de colocar o animal no colo ou abraça-lo ou recompensa-los com petisco. Confira algumas medidas indicadas pela especialista: – Nunca deixar o animal sozinho em eventos que possam ocorrer queima de fogos como São João e Réveillon; – Colocar som no ambiente (como música ou televisão), se possível. Frequências para relaxamento e para gatos também são boas opções, assim como músicas de David Teie, violoncelista norte-americano que criou o disco Music for Cats, exclusivamente voltado para o público felino, sendo capazes de provocar nos gatos “conforto e afeto”; – Pode ser utilizado aromaterapia no ambiente, como essência de lavanda, na tentativa de acalmá-los; – Enriquecer o ambiente com brinquedos (bolinhas, túneis, caixas de papelão); – Deixar sempre disponível um local de conforto, como o quarto, ou caixinha de transporte para que se sintam abrigados e protegidos; – Não deixá-los ter o acesso a locais potencialmente perigosos (varandas, janelas e piscinas); – Abafar o som, fechando portas e janelas; – Avaliar, junto ao médico veterinário, o uso de suplemento a base de triptofano e melatonina; e fitoterapia, como melissa, camomila, passiflora, florais de Bach e Homeopatia; – Em casos extremos e sob orientação do médico veterinário, podem ser usados tranquilizantes ou sedação para evitar traumas físicos graves. |