Um dos mais tradicionais hotéis de Porto Seguro, o Solar do Imperador, está confirmado na II Edição do Festival Gastronômico Raízes de Porto Seguro, que acontece de 12 a 30 de abril, abrangendo as cidades de Porto Seguro, Arraial D´Ajuda, Trancoso e Caraíva.
O evento tem como proposta movimentar o cenário gastronômico da região sul da Bahia, conhecida pelas praias estonteantes e cultura alegre e acolhedora, valorizando os insumos locais.
Com o tema do roteiro gastronômico,”Gastronomia, História e Cultura”, o Chef paulista Alex Gregory, que assumiu recentemente o restaurante do Hotel, elaborou o Ipek Hü Mangará, que tem como base magret de pato e ingredientes regionais como mangará (coração da bananeira), taioba e biri-biri, resgatando a cultura e a história da cidade, o berço do nascimento do Brasil.
A criação leva notas da cozinha francesa nas noisettes, na emulsão de vinho tinto – chamada beurre rouge – e também no método de cocção do magret de pato. Há também um toque de cozinha molecular, marca registrada do Chef Alex Gregory, com o caviar de coentro. O creme de biri-biri, fruta extremamente ácida da região, foi desenvolvido com base italiana para trazer leveza ao prato.
“Vir para Porto Seguro e assumir o restaurante de um dos hotéis mais respeitados da cidade foi uma honra e também um desafio, pois aqui recebemos pessoas do mundo inteiro, que procuram por lazer e gastronomia local. Esse prato foi pensado nos ingredientes que podemos encontrar na região e enaltecer a cultura indígena tão importante para o Brasil”, diz Alex.
Há mais de dez anos na gastronomia, principalmente na cozinha italiana e usando muito a técnica molecular, o chef procura explorar tudo o que aprendeu e somar na gastronomia brasileira, utilizando insumos orgânicos e de preferência da época.
“Como nessa época temos bastante biri-biri, mangará e também taioba, resolvi criar um prato com esses ingredientes. O pato foi escolhido por ter em abundância na criação do sítio do Solar do Imperador, além de ser um dos alimentos mais consumidos, assim como a galinha, pelos povos indígenas.
Eu estou ativamente dentro da aldeia pataxó, ouvindo, aprendendo e tentando trazer para o consumo do brasileiro esses ingredientes, que além de muito nutritivos são considerados pela tribo também como medicinais”, completa o chef.
Para acompanhar o Ipek Hú Mangará, prato que será julgado durante o festival, Alex elaborou o menu degustação, servindo Tartare de banana da Terra, como entrada, e para a sobremesa, o Creme de Cumaru, fruto de uma árvore típica da região amazônica, e por ser muito aromático, é chamado como baunilha brasileira. Como sugestão para harmonizar com os sabores, foi selecionado o tinto Storia da Casa Valduga.