Literatura

Dramaturga baiana Manuela Dias lança seu primeiro livro inspirado na baleia do SeaWorld

A dramaturga baaiana Manuela Dias, indicada a dois Emmys e autora da novela “Amor de Mãe” e da série “Justiça”, ambas pela TV Globo, estreia agora na literatura com um romance inspirado na vida de TILIKUM, baleia orca que foi capturada nas águas geladas da Islândia, separada da mãe e ficou presa por 32 anos, servindo de entretenimento nos parques do Seaworld.

Manuela conheceu a saga de TILIKUM ao assistir ao Blackfish, documentário lançado em 2013. O impacto foi enorme. “Senti uma empatia tão grande por aquela baleia cativa há 32 anos, louca, assassina, produto-ruína do seu meio, enclausurada, reprodutora sexual, 21 filhos dos quais poucos ela conheceu e que morreu de pneumonia num tanque qualquer”, afirma Manuela.

Neste seu livro de estreia, a dramaturga toma emprestada a cronologia da vida da baleia para contar a história de um homem chamado TILIKUM, portador de uma mutação genética que o faz ser diferente de outros homens, mas não menos homem do que qualquer um de nós. Capturado aos dois anos de idade, ele passa a vida como cativo, sendo treinado para apresentações públicas.

A narrativa se torna transpessoal e absorve as vozes de todos que perderam a liberdade e tiveram suas identidades humilhadas. TILIKUM agora parece carregar dentro de si o grito de todos aqueles que sofrem com a violência, o abandono, a falta de empatia.

Sobre TILIKUM, o poeta, letrista e roteirista Geraldo Carneiro, da Academia Brasileira de Letras, diz na apresentação do livro: “Por trás da narrativa de Manuela Dias há um ensaio antropológico cujo verdadeiro protagonista é uma forma de opressão. Opressão exercida por nossa espécie que não conhece a si mesma e, por isso, não reconhece o outro. Uma humanidade tão imersa em seu delírio narcísico que só enxerga miragens de si. É esse mundo desprovido de razão e sensibilidade que Manuela Dias denuncia em sua inusitada biografia de “Tilikum”. Espero que o leitor se reconheça nessa alegoria, espelho partido em que o humano se revela em seu avesso.

“A pior coisa que uma sociedade pode fazer é conseguir que você odeie ser como é”, diz Manuela Dias. “Eu acredito que o coração é mais forte do que a cabeça, e mais poderoso também. Por isso, escrevo buscando a veia cardíaca que poderá alterar o batimento dos nossos comportamentos. Desnaturalizar os absurdos que normalizamos é o primeiro passo”.
 

“Eu acordo todo dia para mudar o mundo, escrevo para mudar o mundo. E quando digo mudar o mundo, estou falando de pequeníssimos passos na direção de uma nova ordem das coisas, detalha a autora.

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