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Crítica – Escolha ou Morra

Produção original da Netflix, Escolha ou Morra é um terror que parte de uma premissa promissora apenas para se atropelar na execução e entregar um produto que mal consegue fazer sentido em muitos momentos. A trama se apoia no mesmo tipo de paranoia tecnológica explorada por filmes como O Chamado (2001), mas não tem praticamente nada a dizer sobre isso ou quaisquer outros temas que aborda.

Na história, Kayla (Iola Evans) é uma jovem lidando com muitos problemas simultâneos. Depois de abandonar a faculdade para cuidar da mãe que sofre com o vício em drogas, ela tem dificuldade de conseguir um emprego e manter as contas em dia. Uma chance de se recuperar surge quando seu melhor amigo, Isaac (Asa Butterfield), encontra um jogo retrô de terror que oferece um prêmio em dinheiro para quem conseguir completá-lo. Depois de descobrir que a oferta ainda é válida e ninguém conseguiu resgatar o prêmio, Kayla resolve jogar para conseguir o dinheiro de que precisa. O problema é que o game começa a afetar a realidade à sua volta, causando mortes reais.


O início é eficiente em criar uma atmosfera macabra, usando o design retrô do game, como uma aventura de texto, para fazer tudo soar como uma voz do além que observa os personagens a todo momento. O uso do gore consegue construir cenas com tensão e angústia, a exemplo do instante em que vemos uma garçonete, que não parece conseguir controlar o próprio corpo, comer cacos de vidro.

Outro ponto positivo é a química entre Iola Evans e Asa Butterfield, que convencem como amigos de longa data com uma grande cumplicidade e dispostos a se arriscarem um pelo outro. Evans é competente em dar a dimensão do desamparo de Kayla, que busca de qualquer solução para ajudar a mãe e manter as contas em dia, enquanto que Butterfield diverte como o nerd atrapalhado, tão fissurado em tecnologia antiga que parece viver em um mundo à parte.

O problema é que a trama não consegue fazer nada de interessante com a premissa ou o elenco. A ideia de um game amaldiçoado poderia ser uma metáfora para nossa dependência de tecnologia e como isso pode ser destrutivo. A noção de um jogo retrô e toda a subcultura que existe em torno disso poderia ser um meio para falar de como a busca por nostalgia se tornou algo alienante. No entanto o texto não explora nenhuma dessas possibilidades criativas.

Ao invés disso, o filme cada vez mais vai tratando as regras do funcionamento do game de maneira vaga, com cada novo nível criando uma lógica própria e assim é difícil criar suspense porque não sabemos exatamente do que o filme quer que tenhamos medo. As coisas pioram conforme a produção chega em sua meia hora final e se entrega a sucessivos diálogos expositivos que deveriam estabelecer a mitologia do jogo amaldiçoado, mas soam confusas, contraditórias e chegam a descambar para o ridículo, causando humor involuntário em algumas sequência de exposição.

Embora conte com uma premissa interessante e um gore incialmente criativo, Escolha ou Morra se revela um terror bagunçado, sem nada a dizer sobre os temas que levanta, se tornando risível em seu terço final.

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