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Cultura

Crítica – Imperdoável

Ao longo do meu tempo com Imperdoável tive a impressão de que esta produção da Netflix era algo orginalmente pensado como série ou minissérie, mas que precisou ser condensado em um filme de menos de duas horas. São muitos núcleos de personagens, muitas tramas, quase que três filmes em um só (nenhum desenvolvido a contento), então não foi sem surpresa quando os créditos subiram e descobri que a produção adaptava uma minissérie britânica.

A narrativa gira em torno de Ruth (Sandra Bullock), que sai da prisão depois de cumprir uma pena de vinte anos por matar um policial. Ruth tenta reconstruir a vida e se reaproximar da irmã caçula, que foi colocada no sistema de adoção depois dela ter sido presa já que elas não tinham mais nenhum parente vivo. Esse caminho não é fácil, pois Ruth precisa lidar com o julgamento constante de uma sociedade que nunca parece disposta a esquecer o que ela fez e lhe dar uma nova chance.

Além de Ruth, a trama segue a família adotiva de Katie (Aisling Franciosi) e os filhos do policial morto por Ruth. A ideia, em tese, é mostrar como esse crime impactou não só a vida da protagonista, mas a vida de todos ao redor do evento. Digo em tese porque o texto nunca consegue dar conta desses vários núcleos passando superficialmente por eles, sem ser capaz de nos transmitir como realmente esses eventos impactaram as vidas dos personagens. Com isso, o filme desperdiça bons atores, como Viola Davis, que fica presa a uma personagem com pouquíssima utilidade na trama.


Sabemos muito pouco, por exemplo, como foi a vida de Katie no sistema de adoção ou com a família que a adotou. O texto nos informa que ela tem breves flashes da infância com Ruth na fazenda, no entanto nunca explora como esse vazio sobre o passado impactou a garota. Em algum momento ela se interessou em saber? Nunca se interessou? Sabemos apenas que os pais adotivos esconderam as cartas que Ruth mandou ao longo dos anos.

De maneira semelhante, sabemos muito pouco sobre os irmãos Keith (Tom Guiry) e Steve (Will Pullen) para entender até que ponto os problemas nas vidas deles são consequência direta da perda do pai ou é simplesmente pelas próprias falhas desses indivíduos, talvez um misto das duas coisas. Na verdade, o arco dessas pessoas elimina qualquer possibilidade de nuance quando a decisão de Steve em dar cabo da vingança é claramente construída em cima do personagem projetar em Ruth a raiva de ter sido traído pela esposa com o próprio irmão.

Na verdade, todo o clímax do filme é uma grande bagunça de revelações e situações de tensão que derrubam por terra todo o debate sobre culpa e reparação ao basicamente tornar Ruth uma vítima injustiçada da situação. Há uma série de conveniências que são postas simplesmente para que Katie consiga ver a irmã sob uma luz completamente positiva e dá total autoridade moral a Ruth para reclamar do jeito como foi tratada. Seria mais interessante, daria mais nuance, menos maniqueísmo moral e permitiria mais espaço para um debate mais humanista sobre como nossa sociedade lida com pessoas que cometeram crimes.

O que consegue dar alguma sustentação ao debate raso que o filme apresenta é a performance de Sandra Bullock. Constantemente com os ombros levantados em uma postura defensiva, sua Ruth é alguém que aprendeu a sempre esperar pelo pior. Quando um colega de trabalho lhe dá um casaco de presente para se proteger do frio da fábrica, ela demonstra uma incredulidade genuína com o ato, como se seu cérebro não conseguisse computar como lidar com gentileza. Do mesmo modo, quando confessa ao colega de trabalho sobre o que fez no passado, a voz mal consegue sair da boca dela, como que prevendo a rejeição que viria, quase incapaz de continuar falando.

É uma pena que uma performance tão boa como a de Sandra Bullock perca impacto por conta de Imperdoável não conseguir conciliar suas múltiplas tramas, núcleos de personagem ou a complexa discussão sobre culpa e estigma social.

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