Introspecção, autocuidado e autoconhecimento são palavras que estiveram bastante em evidência neste ano, especialmente pela mudança de hábitos imposta pelo isolamento social e pandemia de Covid-19. De uma hora para a outra, todos os setores da economia se viram obrigados a uma mudança de paradigma e com a arquitetura não seria diferente. Num momento em que a saúde mental e o bem-estar estão sendo colocados em primeiro plano, a arquitetura evidencia como os ambientes e a escolha de materiais podem auxiliar no processo de autocura.
No Janelas CASACOR 2020, essas referências são o destaque no espaço Casa-Cura, do arquiteto Wesley Lemos. O cômodo, que está instalado no Centro de Convenções Salvador, é um misto de intuição, espiritualidade e arquitetura. “Optei por reproduzir o leiaute do local em que fiquei 120 dias em isolamento social. O ambiente reflete as transformações de autoconhecimento pelas quais passei nesse período”, conta.
Com predominância do branco off-white e cimento queimado, o ambiente tem o bambu como elemento de destaque, que compõe a cortina e os painéis. A arte também ganha ênfase no ambiente. As obras que compõem o espaço remetem a reflexões sobre o tempo, a vida, a morte e o renascer.
Para a criação de um ambiente acolhedor, além dos materiais escolhidos, as cores são fundamentais. Exatamente por isso, a arquiteta Luciana Paraíso escolheu o verde como destaque da paleta de cores do seu cômodo para a mostra.
Batizado de Origens do Morar, o ambiente também instalado no Centro de Convenções Salvador, aposta no verde como uma cor com poder de cura e com propriedades antissépticas, características importantes para o momento em que estamos vivendo a casa, segundo a arquiteta.
“O verde vem com a vegetação e o contato com a natureza que tanto se busca no ‘novo morar’”, afirma. Além disso, a curadoria de quadros remete a ambientes naturais, com fotografias de folhagens e paisagens que conectam com o exterior, mostram de forma lúdica aquilo que é realmente essencial.