Entre 27 de setembro a 3 outubro, a ferramenta de estatísticas “Google Trends” registrou um pico recorde de pesquisas para o termo “harmonização facial”. A alta — não observada desde 2015 pelo buscador — desponta o tratamento estético não cirúrgico como um dos procedimento mais cobiçados pelos brasileiros.
Adeptos a nova tendência, celebridades brasileira não ficaram de fora da “harmonização facial”. Embora o tratamento estético some elogios por parte da comunidade artística, o relato recente do cantor e compositor Lucas Lucco via ‘stories’ do Instagram alertou a população sobre a possibilidade de reversão, caso o procedimento não tenha alcançado o resultado ideal.
Para o “Speaker” em Harmonização Facial pela Harvard Medical School — Boston (NA) —, e especialista em Biomedicina Estética, Vinicius Said, o problema está na quantidade excessiva de produto que vem sendo utilizada por profissionais, devido a uma possível falha no planejamento do tratamento. O biomédico explica que há um exagero na aplicação das seringas — quantidade excessiva —, que pode resultar na perda das características dos pacientes.
“Para se ter uma ideia, uma seringa com Ácido Hialurônico contém 1 ml de produto, que é insuficiente para fazer a harmonia de toda uma face. Então, quando nós (profissionais) buscamos o equilíbrio, espera-se, para um resultado sutil, que seja colocado uma pequena quantidade de produto em pontos específicos do rosto, para de fato trazer simetria e proporção. O que acontece, no entanto, é que alguns profissionais vêm exagerando na dose, trabalhando com 18, 23, 25 e até mais de 28 seringas, uma quantidade, que em alguns casos se torna excessiva. A consequência disso são relatos sobre a insatisfação de alguns pacientes com o resultado de alguns profissionais”, explica.
Said destaca que todo procedimento de preenchimento a base de Ácido Hialurônico (correção do nariz, preenchimento do queixo, mandíbula, região malar, sulco nasogeniano) é passivo de reversão caso aja algum tipo de erro por excesso. Para reverter uma “harmonização facial”, o biomédico afirma que pode ser utilizada a “Hialuronidase” — enzima capaz de fazer a degradação do Ácido Hialurônico, com variação de tempo estimado entre dias ou semanas.
“Existem outros tipos de produtos usados para preencher e harmonizar a face como a ‘Hidroxiapatita de Cálcio’ (CaHA) e o ‘Ellansé’ (Caprolactona), porém, como eles não tem “antídotos” específicos, os profissionais utilizam mais o Ácido Hialurônico até pelo fato do nosso próprio corpo o produzir, o que minimiza o risco de rejeição do produto após ser implantado na face. Existem também equipamentos da eletroterapia e algumas técnicas que podem ajudar a auxiliar na degradação do produto”, comenta.
Referência em harmonização facial na Bahia, o biomédico responsável pela “Clínica Dr. Vinicius Said”, na Pituba — Empresarial TK Tower, Térreo, Av. Prof. Magalhães Neto, 1856 — explica que harmonizar não é só trabalhar com preenchimento. Para o revisor da “Revista Brasileira de Estética”, procedimentos como peeling químico, microagulhamento, bioestimuladores de colágeno e outros que induzem a firmeza, elasticidade, tônus e luminosidade da pele também englobam a “harmonização facial”.
“O objetivo da harmonização é alcançar uma proporção entre os terços superior, médio e inferior da face, sem tirar os traços naturais do paciente, portanto, eu busco sempre a naturalidade. Minha linha de trabalho é buscar uma proporção dentro de um resultado que seja sutil ao natural, onde as pessoas percebam também a melhora da qualidade da pele, sem que aja exagero ou necessidade de reversão do procedimento estético”, conclui.