A edição de agosto da revista Casa Vogue tem como norte o tema ‘Origens’, que se refere tanto à arquitetura quanto à cultura e às questões raciais. A revista chega às bancas em 7 de agosto e tem como destaques ensaio na casa da designer italiana Patrizia Moroso, criadora da marca Moroso, entrevista com a artista inglesa de ascendência Nigeriana Esiri Erheriene-Essi que após constatar que os filmes fotográficos em preto e branco eram projetados para capturar só a pele branca se dedicou a recriar essas imagens através de pinturas, e um Glossário da Arquitetura Brasileira que revela curiosidades e a história de materiais fortemente presentes no imaginário popular.
A matéria de Capa revela a casa de campo de Marina Acayaba e Juan Pablo Rosenberg, fundadores do escritório AR Arquitetos. A reportagem discute a “fuga para as colinas”, movimento das pessoas que têm se mudado para o campo e/ou litoral em meio à pandemia. A construção é uma residência tradicional do século XVII de pau a pique que foi restaurada pelo casal. O terreno localizado no interior de São Paulo ganhou uma nova casa construída ao lado da residência tradicional, contrastando o colonial e a arquitetura contemporânea.
Na seção Persona da revista, artesãos dos 5 cantos do país narram suas trajetórias e falam sobre os desafios do artesanato regional, a manutenção das tradições em seus métodos e materiais e sua importância no design brasileiro.
Em matéria especial sobre Arte a Casa Vogue entrevista a artista inglesa de ascendência Nigeriana Esiri Erheriene-Essi que, após constatar que os filmes fotográficos em preto e branco não retratavam as nuances de cor da pele preta, se dedicou a reproduzir essas imagens através de pinturas propondo, por meio da imaginação, uma pigmentação que leve em consideração a diversidade de tons do povo negro. A jovem artista foi contemplada pela edição de 2019 do Prix de Rome (maior e mais antigo prêmio holandês de fomento às artes, concedido desde 1808) e já tem uma trajetória de destaque no campo das Artes Visuais.
Cobogó, taipa de pilão e caco cerâmico são alguns dos verbetes que compõem o Glossário da Arquitetura da Casa Vogue. A reportagem reúne informações sobre materiais e técnicas icônicas das casas brasileiras resgatando as origens de artifícios e métodos construtivos da arquitetura do país.
Novidade, a edição apresenta Decor Stories que celebra a fusão entre a cultura secular e o design contemporâneo em um ensaio realizado em parceria com a AD China em uma construção da Villa Visconti Borromeo Litta, localizada nos arredores de Milão. As peças de mármore e afrescos do edifício histórico contrastam com as mais recentes criações do Design Italiano que seriam apresentadas aos amantes de decoração no Salão do Móvel deste ano.
Na série Casas os leitores vão conhecer a casa que o arquiteto Tito Ficarelli, do escritório Arkitito, divide com a artista plástica Luiza Gottschalk, a residência da icônica designer italiana Patrizia Moroso e o refúgio de Mira Nakashima, herdeira criativa do designer japonês George Nakashima, localizada na Pensilvânia.
A reportagem especial da revista fala sobre Apropriação Cultural no campo da Arquitetura e do Desgin e reúne 15 especialistas tais como a o babalorixá e doutor em ciências sociais Rodney William, autor do livro Apropriação Cultural (Pólen Livros, 149 págs.), o arquiteto Igor de Vetyemy, a Doutoranda em Filosofia Africana Katiúscia Ribeiro e o DJ e diretor de teatro Eugênio Lima. Os intelectuais debatem a concepção das casas, do espaço urbano e das relações sociais sob a ótica do apagamento da ancestralidade das etnias não brancas.
No Em Casa Com, Marcos Florentino e Kelvin Yule, fotógrafos de moda que compõem o duo Mar+Vin revelam sua casa, uma construção dos anos de 1960 que carrega elementos de cores vibrantes, design contemporâneo e peças vintage cheias de memória.
A edição apresenta “Entrevista”, uma conversa com Yolande Daniels, arquiteta norte americana que se dedica a estudar raça, gênero e políticas territoriais mapeando locais de memória da escravidão. À frente do Studio SUMO, Daniels visitou o Brasil e conheceu o Museu Casa dos Contos, construção em Ouro Preto que a instigou a estudar a peculiaridade da memória escrava no país que, apesar de ter sido conservada nos edifícios, foi apagada da cultura.