O planeta todo está em alerta por conta da pandemia de coronavírus (COVID-19). No Brasil, e também em Salvador, os casos têm se multiplicado rapidamente. Com o objetivo de diminuir o ritmo das contaminações e cuidar da população, a principal recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é manter o isolamento social o máximo possível, além da quarentena obrigatória para os infectados e da adoção de práticas de higiene respiratória, como cobrir a boca e o nariz com o cotovelo ou um tecido dobrado quando tossir ou espirrar e lavar as mãos constantemente.
As ginecologistas e sócias da clínica Especializada em Medicina Estética Ginecológica (EMEG), Ana Cristina Batalha, Cristina Sá e Ticiana Cabral, tiraram algumas dúvidas sobre o novo coronavírus e as gestantes neste período. Confira abaixo.
Grávidas são grupo de risco?
O Ministério da Saúde atualizou nesse final de semana, em seu boletim epidemiológico, os grupos de risco para infecção para Covid-19 e incluiu puérperas (até 42 dias do parto) e gestantes de alto risco (que tenha alguma doença como hipertensão, diabetes, cardiopatia). Antes disso, o grupo integrava somente idosos, diabéticos, asmáticos e hipertensos. Participar do grupo de risco significa ter mais risco de desenvolver doença grave (com necessidade de internamento em UTI e intubação) e maior risco de óbito. No Brasil, atualmente, estão registradas seis mortes maternas (na gravidez e logo após a gravidez, entre as puérperas) relacionadas ao coronavírus.
As ginecologistas destacam que, por se tratar de uma doença nova, não existem muitos estudos a respeito. “Ainda se sabe pouco sobre os efeitos da covid-19 sobre as gestantes. É uma doença nova e as evidências científicas são construídas aos poucos. A maioria das mulheres grávidas que contraíram o coronavírus, tiveram uma manifestação leve dos sintomas, mas já estão aparecendo alguns registros de mortes nesse grupo. Por isso, manter o isolamento social, inclusive das pessoas que moram com essa mulher, se cuidar e ter muita atenção com a saúde é fundamental, sempre”, explica Cristina Sá. Além disso, durante a gestação, algumas alterações naturais no organismo podem favorecer a queda da imunidade da mulher, e por essa razão ela não deve se colocar em situações de risco.
Qual o risco para o bebê se uma gestante pegar coronavírus?
Até então, não há registros de transmissão do coronavírus entre a mãe infectada e o bebê durante o parto. De acordo com relatório da Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong, na China, que acompanhou quatro grávidas que deram à luz no período do surto, as mães não apresentaram complicações e os bebês não nasceram com sintomas da doença. No Brasil, no entanto, já existem casos de recém-nascidos infectados pela covid-19, mas ainda sem a evidência de como ocorreu a transmissão do vírus.
Há riscos em amamentar com coronavírus?
Outra dúvida recorrente entre mães e gestantes é se há risco em amamentar em caso de suspeita de infecção por coronavírus. O vírus não é transmitido pelo leite materno. Mas ainda, assim, por conta do contato, é preciso tomar muito cuidado, usar máscaras e fazer a higienização adequada das mãos, durante a amamentação, para proteger o bebê. “Em mulheres muito sintomáticas, pode retirar o leite com a bomba e o leite ser oferecido ao bebê por uma pessoa saudável”, recomenda Ticiana Cabral.
Atenção redobrada com a imunidade
É fundamental as grávidas seguirem atentamente as recomendações da OMS e dos órgãos responsáveis neste período. O cuidado permanece para as mulheres que estão desejando engravidar e a indicação é tentar manter a imunidade alta, além das orientações de cuidados com a higiene pessoal a fim de se prevenir da doença. “O problema pode aparecer se a mulher está com o sistema imunológico enfraquecido, seja por alterações hormonais ou por outros fatores, o que pode agravar os sintomas caso contraia a doença”, alerta Ana Cristina Batalha.
Como fica o atendimento médico?
O pré-natal tem que ser mantido, mas é importante reavaliar o intervalo de consultas. Se possível, aumentar o intervalo entres as consultas ou intercalar consultas presenciais com consultas online por telemedicina.