“São 40 anos de experimentação, que não me pertencem. Pertencem a um coletivo”, reforça Carlinhos Brown ao falar, resumidamente, a quem se dedicará no show exclusivo que prepara em torno dos seus 40 anos de carreira e dos 40 anos do Correio.
O artista foi convidado pelo jornal para celebrar suas quatro décadas na apresentação marcada para às 20h do dia 21 de agosto, no Cerimonial Rainha Leonor – Pupileira, em Nazaré. Será uma celebração à música, muito mais do que a uma figura isolada.
O valor arrecadado com a venda dos ingressos, que custam R$ 60 (inteira), será revertido inteiramente ao Instituto de Cegos da Bahia (ICB), do qual Carlinhos Brown é embaixador. A compra pode ser feita online clicando aqui.
“A escolha da entidade é por entender que o movimento Axé Music é o maior levante social que aconteceu no Século XX”, reflete o cantor, pontuando os projetos sociais em atividade nos bairros da Liberdade e do Candeal, assim como o do Olodum e o do próprio ICB, que ele caracteriza como de vanguarda, “assim como a Axé Music”.
“Temos que sonhar coletivamente e mostrar o que essa força coletiva da Axé Music nos deu. Espero ser feliz nessa mistura dos Tribalistas, com o movimento do bloco afro, com o movimento pop de trio elétrico e composições autorais”, antecipa o artista, que deixa clara sua timidez para comemorações. “Sempre fui pelo coletivo, é minha essência, não fiz nada sozinho”, repete.
Promovido pelo Correio, o show especial Correio e Carlinhos Brown. Um show de 40 anos integra as ações do mês de agosto que comemoram os 40 anos do veículo de comunicação. A série de eventos, que começou em fevereiro, já foi de desfile de moda a jogo de futebol com artistas e antigos ídolos do esporte e segue até novembro com outras iniciativas, trazendo temas e formatos tão diversos quanto os conteúdos tratados diariamente pelo jornal.
Coisas da Bahia
Um dos principais compositores de sua época, Carlinhos Brown promete um verdadeiro passeio pelo que escreveu com os mais diferentes artistas. “Eu quero cantar coisas da Bahia ou feitas aqui. Então, se eu tocar Paralamas do Sucesso, não se assuste. Eu e Herbert (Vianna) escrevemos Uma Brasileira em Salvador, essa cidade matriz e acolhedora que sempre quis isso, unir”, antecipa.
Chamado por ele mesmo de “Dinossauro do Axé”, Brown acredita que toda a sua trajetória desde o Camaleão é pontuada por hits, que construirão facilmente o repertório do show. “Não posso deixar de cantar algo que escrevi com Marisa (Monte), nos Tribalistas. Quem sabe juntar, num grande medley, Chiclete (com Banana), com Vumbora Amar, que é linda; Daniela, com Rapunzel e Maimbê Dandá; e Margareth. Se fosse cantar alguma de Ivete (Sangalo), acho que iria mais pra Muito Obrigado, Axé e podemos voltar no tempo, nos anos 80, com Yaya Maravilha, que foi inicialmente batizada de Samba Reggae. Aí, tem Timbalada, Olodum e Ilê Aiyê, que não posso não cantar. Não teria graça”, pondera.