Estreia em Salvador nesta quinta-feira, 13, o longa nacional Kardec (leia a crítica), que narra a história do educador francês Hypolite Leon Denizard Rivail, reconhecido mais tarde como Allan Kardec. Além de educador, tradutor e escritor, Kardec é conhecido por ter decodificado o espiritismo, uma das religiões mais praticadas no Brasil.
Quem teve a responsabilidade de assumir o papel de Allan Kardec foi o ator Leonardo Medeiros. “O filme é sobre um nome fundamental na nossa cultura, para a história brasileira. Tirando os espíritas, pouca gente sabe quem é. Também há muito preconceito, acho que o longa faz um esclarecimento histórico, pois Kardec era muito corajoso”, contou Medeiros em entrevista por telefone ao Bahia Social Vip.
O diretor Wagner de Assis afirmou que a ideia de levar às telas partiu de Marcel Souto Maior, que escreveu a biografia no qual o roteiro se baseia. “Quando vi que era uma ótima história, não tive como dizer não. Quem conhece o Kardec, vai descobrir mais sobre ele. Quem não conhece, vai curtir a jornada incrível”, contou Wagner ao Bahia Social Vip.
Desafios
A preparação para o papel não foi fácil, pois informações como a vida pessoal e a relação dele com a esposa não eram muito conhecidas. “Meu papel como ator foi preencher essa lacuna. Não há relatos, por exemplo, de como era a relação dele com a esposa, mas tudo que foi feito ali, está coerente com o que está documentado”, destacou.
Ele leu livros sobre o líder espírita, principalmente a biografia escrita pelo jornalista Marcel Souto Maior, que serviu de base para o filme. “Não é uma biografia doutrinária – assim como o filme não é. É esclarecedora”, afirmou.
E nessa descoberta de quem era Kardec, o que chamou a atenção foi algo que, segundo o ator, falta nele próprio. “O Kardec é de uma força de caráter, de uma coragem e determinação, que eu não tenho e poucos têm. Esse é o ponto mais encantador do personagem. É um cidadão comum que é colocado diante de uma situação extraordinária, que enfrenta a Igreja… o filme gera uma reflexão e mostra que a gente só evolui na tecnologia”, ressaltou Leonardo Medeiros
Com cenas rodadas em Paris, as gravações passaram longe do glamour esperado. O tempo de filmagem foi curto, pois o custo de gravar nas ruas de Paris é muito alto. Então, foi necessário gravar diversas cenas em pouco tempo.
“Tive que trocar de roupa muitas vezes, e eram roupas difíceis, de época. Foi tudo corrido, mas com muito profissionalismo e isso agrega valor à produção, que é muito bem feita”, afirmou Medeiros, que revelou ter visitado o túmulo de Kardec no Cemitério do Père-Lachaise no pouco tempo que teve livre.
Wagner concorda com Medeiros. “Foi um belo desafio gravar em Paris. A gente passou uma semana lá, pois era muito importante para a ambientação da história. Tivemos também que recriar a Paris do século XIX em computação gráfica”, afirmou.