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“O sentimento é universal”, diz Edgard Abbehusen

Em Muritiba, no Recôncavo Baiano, o pequeno Edgard, aos 11 anos, foi flagrado por seu pai, Hermano Alberto Abbehusen, lendo “A Morte e a morte de Quincas Berro D´água”, de Jorge Amado. Estava claro que aquela criança teria letras correndo por suas veias. Após conhecer Fernando Pessoa, Augusto dos Anjos e outros, Edgard não teve dúvida de que a escrita era o seu caminho.

Fenômeno no Instagram, onde seu perfil é seguido por mais de 500 mil pessoas, Edgard se prepara para lançar seu segundo livro de crônicas “O que tiver de ser, amar” (Editora Villardo), na sexta-feira, 10 de maio, às 17h, na Livraria Leitura do Shopping Bella Vista.

O jovem, que teve até texto servindo de indireta de ministro demitido para o presidente Jair Bolsonaro, se divide entre as crônicas no Instagram e a faculdade de Jornalismo.

Confira a conversa exclusiva de Edgard com o Bahia Social Vip.

BSV – Como você se descobriu como um autor de crônicas?

Edgard Abbehusen – Sempre gostei de escrever, de me meter em trabalho artístico. Ajudei a montar a biblioteca da escola onde estudava, sempre gostei de ler também, fazia questão de fazer roteiros e conheci Jorge Amado, Fernando Pessoa, Augusto dos Anjos e tantos outros escritores que me inspiraram.

BSV – O que te inspira a escrever?

Tenho inspiração na minha cidade Muritiba. Sempre gostei de contar história nos meus textos, de observar muito. Quando você mora no interior, cidade pequena, acaba tendo relação muito próxima com outras pessoas, mesmo sem conhecê-las. Sempre tive muitas amizades femininas, conversava com minhas amigas. Até a amiga de minha namorada, quando terminou o namoro, me ligou primeiro (risos). As história despertam em você o sentimento que acaba querendo colocar no papel, assim como a direct dos seguidores, que acabam me inspirando. São muitas histórias e desabafos que recebo.

BSV – Como surgiu o perfil no Instagram?

O perfil começou em 2016 como um trabalho acadêmico. Queria mostrar como a rede social de fotografia estava fazendo surgir novos autores. Era um laboratório. Como minha professora orientadora foi embora para Portugal, continuei sozinho. Postava uma vez ao dia e continuava trabalhando como assessor de imprensa. De repente, em três meses, atingi 10 mil seguidores de forma orgânica. Em 10 meses já eram 100 mil. Passei então em postar mais vezes e ter uma atenção maior aos textos.

BSV – E quando as famosas começaram a te repostar, como você se sentiu?

No início, a gente toma um susto, por que é uma responsabilidade. Depois, vem o momento de deslumbramento, de querer mostrar para todo mundo. Você vê Isis Valverde postando quatro ou cinco textos seus, Paolla Oliveira, Marília Mendonça, Solange Almeida… então chega a hora de amadurecer em relação a isso. A gente fica feliz porque são pessoas validando o nosso trabalho, independente de serem famosas ou não.

BSV – Seu texto serviu de indireta de Gustavo Bebianno, então ministro da Secretaria-Geral da Presidência, para o presidente Jair Bolsonaro quando foi demitido, como foi sua reação?

Foi algo bom porque sai da esfera de gente famosa e entra na política, o que mostra o alcance das mensagens. Recebi ligações da imprensa do Brasil todo pedindo autorização para reproduzir o meu texto. Apareceu até no Jornal Nacional, o que colocou em uma rota de mais valorização.

BSV – Por conhecer bem o mundo feminino você prefere então o eu-lírico feminino para escrever?

É uma demanda dos seguidores, 91% do meu público é feminino. Então, a gente tem que atender a demanda que nos enxerga. No início não estava seguro, mas percebi que a arte é livre. Chico Buarque fez letras lindas com o eu-lírico feminino. Me desapeguei dessa cobrança. Mas também faço textos genéricos. Recebo muitas mensagens de homens dizendo que leram meus textos mudando o gênero.

BSV – Alguém que se identificou em sua crônica veio falar algo para você?

Meu primeiro livro (“Quem Tem Como Me Amar Não Me Perde Em Nada” – Ed. Villardo, 2017), os contos são história reais, que aconteceram. Claro que, por ser pessoas próximas a mim, mandei para elas antes para ver se autorizavam, por mais que eu fizesse mudanças de nomes, locais etc. Mas tem muita gente que não conheço que me diz que se identificou com eles. Há essa conexão também. As histórias não são parecidas, porque cada um tem o seu contexto, mas o sentimento é o mesmo. O sentimento é universal, todo mundo sente amor, raiva, ódio e alegria da mesma forma, em intensidade diferente.

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