Por: Bruno Porciuncula
A ideia parecia ser ótima: reunir Tatá Werneck e Cauã Reymond formando uma dupla de policiais. Acrescente a isso a personagem da humorista ser a “casca grossa” da dupla, enquanto o ator encarna o “bom policial”, o cara legal. Pena que o roteiro frouxo e repetitivo estrague a ideia da comédia nacional “Uma Quase Dupla”, que estreia nos cinemas.
Na trama, Keyla (Tatá) chega à fictícia Joinlândia para ajudar o policial Claudio (Cauã) na busca de um serial killer que mata “gente chata”. Aquela moça que fala com o namorado como se fosse um bebê, a atendente de telemarketing que só se expressa em gerúndio ou um cantor que insiste em tocar música autoral em vez de tocar sucessos.
O problema é que todos da cidade parecem legais, e Claudio tem dificuldades em apontar um suspeito. Keyla então usa toda a sua técnica aprendida na capital Rio de Janeiro para ajudá-lo.
“Uma Quase Dupla” acerta na direção ágil de Marcus Baldini (Os Homens São de Marte e Bruna Surfistinha). Cauã Reymond, que sempre faz papéis densos, tem a chance de brilhar como um ator que sabe o tom da comédia. É dele as melhores e mais divertidas cenas. Enquanto Tatá Werneck é a mesma de sempre, com falas rápidas que muitas vezes não dá nem para entender.
O roteiro se torna repetitivo ao mostrar Tatá sempre lambendo lugares para “investigar” a cena de crime ou até mesmo o corpo da vítima. No início é até divertido, mas a exaustão da ideia perde a graça. A resolução do crime também não é lá muito criativa.
“Uma Quase Dupla” conta com uma boa figurinista – com as roupas de Cauã remetendo aos filmes policiais dos anos 80, inclusive o carro da polícia – e design de produção.
Com curta duração, menos de 80 minutos, “Uma Quase Dupla” quase diverte, mas fica devendo.
Nota: 5/10